terça-feira, 15 de abril de 2008 |
Cansado daquela vida de grande astro da TV, Gonzo acreditava que se aposentar seria melhor. Depois de longos e proveitosos 12 anos de carreia nos palcos, nas séries e filmes da TV. Dizia estar cansado de ser aquele velho e feio palhaço que fazia todo mundo rir, mas que não conseguia tirar um sorriso de seu coração.
Começou sua carreia ao lado se seus amigos Caco e Piggy e achava que sem eles seria impossível ter uma carreira promissória, tinha convicção que ao lado dos amigos o trio seria completo e 100% unido, eram os únicos que Gonzo tinha confiança.
Com o tempo, estrelou um programa semanal, mas não achava que era bom pra si ficar separado de seus grandes amigos, por mais que tivesse punho pra fazer o programa um dos mais vistos em toda a América Latina, Gonzo não se sentia bem com tanto sucesso, estava acostumado a ser apenas mais um, além de ser feio, com seu enorme nariz e pele verde, sobrava na relação amorosa entre Caco e Piggy.
Não sabia o que fazer, se separar dos amigos, largar seu grande programa ou se aposentar, no momento parecia ser a melhor opção entre as três. O animal de pele azul largara a grande carreira. O que parecia sensato no futuro virou incorreto, Gonzo entrou em depressão e ficou muito doente, sem Ânimo pra cuidar de sua saúde seu fim foi trágico, a polícia encontrou o cadáver enforcado numa sala da mansão.
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Assim que entrei no bar avistei Pedro, ele estava na última mesa. Fui até ele com meu casaco de Astracã, óculos escuros e luvas. Enquanto me aproximava, eu o observava que ele quebrava a ponta do cigarro, assim como todas as outras vezes. Quando cheguei à mesa fiz um “Ah!” como as atrizes nos filmes da tarde. Um garçom veio correndo pra me oferecer um acento. Sentei e tirei as luvas.
Mesmo sabendo que havia demorado tempo demais perguntei: Demorei?
Pedro me responde que não.
No fundo eu sabia que pouco importava eu estava como sempre, confiante, ergui uma das sobrancelhas: Pedro, precisamos conversar, tenho pensado muito em nós dois nos últimos dias.
Pedro diz em um tom de raiva: Eu também.
Disse que era a última vez que nós nos víamos, pediu pra que eu mandasse alguém ir na casa dele buscar minhas coisas e logo depois saiu sem nem se despedir.
Aquela cena me lembrava cenas do cinema, parecia um filme de terror, eu tinha que aceitar que eu não tinha o vencido como das outras vezes.